sábado, 20 de março de 2010

Coração Criança - Luizinho Barbosa


Sou mais um palhaço na multidão
Varrendo a tristeza sem parar
Sou mais um que vive a vida
Do meu Deus, ao deus dará.
Teu sorriso de cristal
É o meu abrigo natural
Me traz toda energia
Me traz toda magia
E me transforma em alegria
Veleja coração criança
Veleja no meu canto
E na minha fantasia.
Brinca enquanto
Há tempo pra brincar
Sonha enquanto
Há tempo pra sonhar.
Mas quando a vida te acordar
Não esqueça a minha fantasia
Veleja com raça e energia
Que o teu barco
No cais da liberdade atracará.


(Luisinho Barbosa)



O mensageiro da alegria, usando uma máscara que protege seu estado de espírito, esconde sua solidão: Sou mais um palhaço na multidão / Varrendo a tristeza sem parar e arranca do espectador o riso de que o palhaço precisa para garantir sua eficiência no árduo trabalho de parecer alegre, mesmo estando triste, porque ele está ali para arrancar o riso dos famintos de alegria. Sua tarefa é também produzir sonho, daí seu convite para que as crianças aproveitem o tempo que lhes é proporcionado: Brinca enquanto / Há tempo pra brincar / Sonha enquanto / Há tempo pra sonhar.

Sem hilaridade, seu trabalho não tem sentido e não produz a fantasia necessária ao valor da mercadoria em exibição: Teu sorriso de cristal / É o meu abrigo natural / Me traz toda energia / Me traz toda magia / E me transforma em alegria. Sem essa alegria, o palhaço perde o rumo do seu objetivo, que é fazer os outros rirem.

Sua atuação anula toda tristeza que possa interferir no seu trabalho, por isso ele precisa construir a fantasia necessária ao êxito do seu desempenho: Veleja, coração criança / Veleja no meu canto / E na minha fantasia.

O ser e o parecer estão em jogo na atuação do palhaço. O parecer tem que suplantar o ser, e isso só acontecerá, se ele esconder sua verdadeira expressão numa máscara - a máscara da fantasia.


Profª Terezinha Almeida Silva

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