sábado, 22 de maio de 2010

Cadeirante revela aventuras sexuais e dificuldades em livro

"Na Minha Cadeira Ou Na Tua?" é um relato autobiográfico da gaúcha Juliana Carvalho, que se tornou paraplégica após uma inflamação da medula aos 19 anos.

O livro se divide em três partes. Na primeira, a autora conta em um formato de diário sua infância, a adolescência de festas antes do evento e a crise que a colocou até hoje em uma cadeira de rodas. Esses relatos intercalados são de surpreendente sinceridade, mostrando desde brincadeiras singelas na praia, como primeiros beijos, experiências sexuais e o terror da perda da mobilidade.

Além do tom sem rodeios, o relato de Juliana é muito bem-humorado para tratar de temas como perda do controle da bexiga, vexames em bebedeiras e até no nome dos capítulos -como "Pernas pra que te quero" ou "Uma cadeira em meu caminho"-- e no nome do seu blog Comédias da Vida Aleijada. Como o próprio título de "Na Minha Cadeira Ou Na Tua?" sugere, a obra reserva grande espaço para a sexualidade, tanto antes quanto depois da autora ter se tornado paraplégica.

"No imaginário coletivo os cadeirantes são assexuados ou impotentes, crença que não condiz com a realidade," diz Juliana. "Depois da lesão muda muita coisa, como relato no último trecho do livro, pode haver perda de sensibilidade, de mobilidade, mas o tesão segue o mesmo".

Uma adolescente particularmente apreciadora de baladas, experimentações sexuais, bebida e muita diversão, Juliana teve a sua vida paralisada com o evento, precisando da ajuda da família até mesmo para usar o banheiro. Como o apetite sexual não diminui só porque você não mais controla suas pernas, Juliana precisou redescobrir o seu corpo.

"E o orgasmo é uma função cerebral que independe de tato ou rebolation," brinca a autora. "O lance é redescobrir novas formas de sentir prazer, readequar-se a nova realidade e curtir tudo com espelho no teto!"

Na parte final, Juliana aborda diversas dificuldades práticas que encontrou e encontra, como o atraso de cinco anos para conseguir tirar carta, a falta de motéis adaptados e problemas de acessibilidade no transporte coletivo.



Fonte:
GUILHERME SOLARI
colaboração para a Livraria da Folha
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2 comentários:

Unknown disse...

Eu responderia a ela se não fosse casado: NA NOSSA !!! (gostaria de saber se na hora da briga é cadeira pra todo lado ! ahahahaha....

Jairo Alves disse...

Eu vejo o cenário de Juliana e os modos de vida que ela adquire, e, tenta, a todo custo, se reabituar as próprias condições de um ser humano normal. Ela em si, explora as tuas caminhadas, as suas dificuldades, ora, em revelo ainda tão subermo pela então sociedade, que não oferece apoio ou meios de uma pessoa, que sofreu alterações, e isso só, o bastesse para permitir as pessoas, de certo, o seu sucateamento, o fim de uma vida, simplesmente viva! Não. De forma alguma. Esse pra mim, é um dos quadros mais lindo e que li, e de uma esperança e de uma espectativa de lutas e soluçoes, para aqueles que pensam inultilmente estancados de viverem em harmonia e dizerem a si, que a vida não se perde só porque sofreu ou deixou de ser a própria, por uma forma que ignoramos passarmos.
Os teus livros, os teus Blogs, as tuas iniciativas, a tua coragem, tudo são maneiras de se rejubilar de suas venturas e a buscar assessórios que a leve adiante tão feliz quanto antes!...