segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Histeria

Desde Freud, a psicologia busca uma explicação para a histeria nas teorias da personalidade volátil, histriônica; a psicanálise a atribue a conflitos edipianos. Apesar das negativas de que a histeria seja uma enfermidade feminina, as questões da feminilidade ainda são centrais na teoria psicanalítica. O psicanalista britânico Gregorio Kohon afirmou que todas as mulheres passam, em seu desenvolvimento psicossexual, por uma fase histérica em que transferem seus desejos da mãe para o pai. Segundo Kohon, "no fundo do coração, a mulher permanece uma histérica para sempre.

A psicanalista francesa Janine Chasseguet-Smirgel formulou a hipótese da "aptidão femina para a somatização". As mulheres, declara ela, transformam emoção em manifestações físicas porque têm sexualidade mais difusa que a masculina. Em vez de centrar-se num único órgão visível, a sexualidade feminina torna o corpo inteiro disponível para o simbolismo sexual.


In Elaine Showalter. Histórias Histéricas: A Histeria e a Mídia Moderna.
Rio de Janeiro: Rocco, 2004. Tradução: Heliete Vaitsman

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