sexta-feira, 29 de junho de 2012

A foto que queima o seu filme

Há sempre um crime por trás de cada imagem


Uma foto pode queimar seu filme. E com a falta de privacidade, esta doença infantil do modernismo, basta uma “inocente” fotinha para sua batata assar na fogueira do ciúme.

O que era apenas um rosto colado para um “recuerdo” da turma vira um deus-nos-acuda. Vira uma D.R. mais longa que a Caxangá, a avenida de maior extensão em linha reta do mundo. Óbvio, fica no Recife, como todas as maiores coisas do universo.

D.R., amigo desavisado, vem a ser a sigla moderna para a mitológica Discussão de Relação.

Todo cuidado é pouco na hora da foto. Se for fotinha de festa, de boate etc, ave, qualquer um pode pagar caro.

Como diz meu amigo Lírio Ferreira, há sempre um crime da imagem.

Dependendo do ângulo, um rosto colado vira um beijo na boca ao melhor estilo Deborah Kerr e Burt Lancaster em “Além da eternidade”. Tudo bem, vamos lembrar um beijo de cinema mais recente: Juliette Binoche e Johnny Depp em “Chocolate”.

Agora falando sério: assim como no caso político de Lula com Maluf, a gente nem sempre fica bem na foto.

Todo político graúdo ou miúdo do país tem foto de aliança eleitoral com o “doutor Paulo”, como é chamado nas internas, mas com o cacique petista revelou-se a sua enorme ingratidão com os seus seguidores. Como se na política partidária ainda existisse espaço para queimar o filme.

Voltemos ao amor, que é o que conta na hora de passar a régua da existência. Com algumas companhias, ok, a sua fita não queima qual balão de festa junina. Com outras -não que sejam Malufs do amor porque não tem comparação- basta uma fotinha coletivíssima de “happy hour” da firma que já era. Em livre tradução: dá merda.

Você já queimou o filme em casa por conta de uma desajeitada aliança momentânea?

Pior é que não há como explicar uma imagem. Em um flagrante delito real você ainda pode dizer “não é nada disso que você está pensando”. Com uma fotinha maldosa postada na rede social, jamais. A imagem vale mais que mil explicações.
Em um bar ou boate, nossa, sem chance. Em um momento já de desconfiança do casal, esqueça, já era, perdidas ilusões.

Abra o seu coração, você já foi injustiçado(a) por uma foto? Como no filme “Blow up” [no cartaz aí acima], já viram um crime por trás do seu “inocente”retrato?


Xico Sá

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