quinta-feira, 26 de julho de 2012

Durante os 50 anos em que esteve internado na Colônia Juliano Moreira, no Rio, Arthur Bispo do Rosário produziu mais de 800 obras a partir de restos deixados aqui e ali, como botões, sapatos, talheres, canecas, embalagens, linhas desfiadas dos próprios uniformes. Sua missão lhe havia sido revelada pouco antes do Natal de 1938: ele precisava reorganizar o mundo, copiando-o em suas miniaturas, para apresentá-lo a Deus no dia do juízo final. Nascido em Juparatuba (SE) em 1909 ou 1911, dependendo do registro, foi diagnosticado como esquizofrênico paranoide. Pobre e negro, viveu sempre à margem, confinado no manicômio, sem visitar ou conhecer a arte que se produzia em sua época, sem mesmo saber que estava fazendo arte. Ainda assim, desde que foi objeto de uma reportagem de Samuel Wainer Filho para o "Fantástico", em 1980, e sua obra exposta oficialmente pela primeira vez no Brasil, em 1982, e na Bienal de Veneza de 1995, só amplia sua conquista do mundo das artes. 

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