sábado, 18 de janeiro de 2014

A extinção do macho jurubeba

Indiscutivelmente que a sociedade patriarcal que imperou e ainda hoje impõe desmedida intervenção ao universo que cerca as mulheres vem sofrendo progressivo combate prático e ideológico. A verdade é que nos idos atuais as mulheres se emanciparam e resolveram sair de casa, tomaram as rédeas, alçaram degraus, obtiveram conquistas, fizeram surgir novos pensamentos, a exemplo do movimento feminista, de modo que a fêmea de hoje vem se distanciado da mulher de outrora, recatada e educada apenas para os afazeres da casa e do marido. A mulher moderna é de outro naipe, se modificou, sobretudo no tangente ao seu papel no lar e no competitivo mercado de trabalho.

 
De certo modo, vejo com bons olhos tudo isso. Merecidamente a mulher vem conquistando, diga-se, com afinco e competência, o seu verdadeiro espaço e sua posição de destaque numa sociedade em que, infelizmente, ainda traz consigo ranços de equivocada dominação do homem construída através de séculos. 
Numa rápida análise, a mulher de agora vem deixando de ser a secretária do lar com meras atividades primárias para se transformar na mulher executiva que disputa em pé de igualdade as ofertas de emprego com o seu companheiro.
Queira ou não, o homem aos poucos vai dividindo, quando não perdendo, essa competição. O marido agora passa a cooperar ou mesmo a assumir as atividades domésticas, fato impensável de acontecer nos ares da década de 1920. Impossível imaginar o vó Miro cuidando da casa e dos meninos.
O fato é que elas, se antes dominavam os lares, agora tomam a dianteira no mundo. A Inglaterra já se rendeu a Margaret Thatcher, a dama de ferro dos ingleses. A Alemanha elegeu Ângela Merkel. A Argentina, além de Eva Perón viu surgir Cristina Kirchner e o Brasil é embalado pelos braços de Dilma Rousseff. 
Inevitavelmente  aquele macho jurubeba acostumado com a figura da mulher doméstica corre um sério risco de ser varrido de vez da face da terra, provavelmente extinto por não se adaptar a evolução da espécie, seja por comodismo, ausência de condições, incompetência ou por pura falta de melhor se posicionar diante da fronteira da história.
Em outras palavras, é sentença de morte. E nesse particular, estou enrascado!
Eu, como já dito, que embora veja com bons olhos todo esse avanço feminino, sou um incorrigível homem que nada sabe fazer numa casa, exceto sentar-se a mesa e esperar D. Marileide rodear-me com as suas iguarias. Não sei passar. Lavo muito mal e me confundo sempre com os botões do meu fogão de seis bocas. Sou, digamos, um cabra marcado para morrer, e ao que parece, de inanição.
Logicamente, isso era enormemente motivo de preocupação e vinha me tirando o sono. Vinha até ontem. É que, despretensiosamente como faço todas as manhãs, navegando em uma dessas redes sociais vejo o velho amigo José Ribeiro postar, quase como a estender-me um tábua de salvação, a seguinte mensagem em seu perfil social: “Não há problema nenhum um homem arrumar a casa, cuidar dos filhos, lavar roupa, passar, fazer comida e lavar a louça. Machismo, tô fora!”
- Zé, quer casar comigo?
Teófilo Júnior

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