terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O ainda curto pontificado de Francisco já tem uma divisão clara, antes e depois da viagem ao Rio. Eleito em março e empossado em abril, Jorge Mario Bergoglio nunca deixou de sinalizar sobre o perfil que deseja para a Igreja: mais aberta ao povo, humilde, compreensiva.
 
Assim que afirmou não desejar viver nos suntuosos aposentos papais, Francisco mandou uma mensagem. E não parou mais. Logo depois, fez a primeira viagem ao exterior, ao Rio, onde, nas pregações na Jornada Mundial da Juventude, manteve o tom, reafirmado na entrevista à TV Globo e nas seguintes. Compreensão diante da homossexualidade e acolhimento a casais de divorciados, por exemplo, ganharam espaço no noticiário.
 
Francisco viveu momentos de catarse no contato com as multidões na viagem, mas retornou para um Vaticano no qual o esperava uma estrutura de poder cristalizada no pontificado de Bento XVI, que, tudo indica, teve a humildade de reconhecer a incapacidade até física de reformá-la, e entrou para a História como o primeiro Papa a renunciar em 600 anos.
 
Francisco, antes de viajar, numa indicação translúcida de que, dogmas à parte, deseja gerir a Igreja de forma compartilhada, nomeou um grupo de oito cardeais para assessorá-lo, o “G-8 papal”. E, na volta a Roma, afastou, como era imprescindível, o cardeal Tarcisio Bertone do cargo de secretário de Estado, a segunda pessoa do Vaticano, substituido-o por Pietro Parolin — começavam as trocas.
 
Identifica-se Bertone como forte liderança da ala conservadora, desinteressada em maiores alterações em nomes e na maneira de operar da Cúria romana, responsabilizada, em última análise, pela tíbia reação da Igreja às denúncias de pedofilia e de desmandos no Banco do Vaticano.
 
Recente reportagem do “New York Times” relaciona a dança das cadeiras em vários postos, em todo o mundo, sempre com a intenção de Francisco de se cercar de pessoas de confiança e comprometidas com a sua visão da Igreja.
 
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O Globo

Um comentário:

Jairo Alves disse...

O Banco do Vaticano não se suja mais, nem tão pouco se limpa a menos com as tais personagens inovadoras, diante a Vossa humildade e Santidade, como a do Papa Francisco é visto. Pelo que tenho lido e interpretado, o problema não é inovar as normas, desmiolar as aberrações do passado, nem botar ninguém para fora porque cometeu atos impróprios a Igreja; nem antes de qualquer nome, acerca do pontífice. Nem a punição, nem as noticias já repassadas de Roma para o mundo irá recolher e transformar as celebrações e pregações do catolicismo como sãs e verdadeiras. Pois são sujas e a personificação das formas de fazer assegurar a fé Cristã, nos dias de hoje, são diferente das da Inquisição e do Século 16. Hoje as pessoas leem mais, entendem mais. E dependerás de cada um conforme a sua lida e tradição do Catolicismo.