sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Amo o que não tem despedida

Tudo o que tenho não tem posse:
o rio e suas ocultas fontes,
A nuvem grávida de Novembro,
O desaguar de um rio em tua boca.

Só me pertence o que não abraço.
Eis como eterno me condeno:
Amo o que não tem despedida.

Mia Couto

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