segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Vento da mudança varre forte a Venezuela

A oposição, que pela primeira vez se apresentou unida, deu uma surra de votos no governo do presidente Nicolas Maduro

Que presentão para o governo da Venezuela, que ontem celebrou os 17 anos da primeira vitória de Hugo Chávez, o pai da chamada “revolução bolivariana”.

A oposição, que pela primeira vez se apresentou unida, deu uma surra de votos no governo do presidente Nicolas Maduro e passou a controlar a Assembleia Nacional, o Congresso de lá.

Quando ainda faltava apurar votos para preencher 22 vagas, o Movimento da Unidade Democrática (MUD) havia elegido 99 deputados contra 46 do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Maduro reconheceu a derrota. Em seu discurso na televisão, primeiro saudou o “trunfo da Constituição e da Democracia”. Para em seguida atribuir a derrota ao “boicote econômico” ao seu governo.

A Venezuela está quebrada. O país, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, faliu devido à queda do preço do barril e às administrações desastrosas de Chávez e de Maduro.

Chávez seduziu os venezuelanos com seu populismo, sua oratória, e seus sonhos de grandeza. (Lembra alguém?). Aproveitou-se para isso do período em que o preço do petróleo estava nas alturas. (Lembra algo?)

Coube a Maduro, sem carisma, sem experiência como governante, turrão, tocar a “revolução” em um período de dificuldades acentuadas. (Lembra alguém?).

Foi uma Caracas deserta que recebeu de madrugada o dos resultados da eleição. Os moradores da cidade recolheram-se cedo. Postaram-se diante de televisores. E produziram pequenos ensaios de panelaços.

O vento da mudança, que na Argentina derrotou a presidente Cristina Kirchner, agora soprou forte na Venezuela. 

Ricardo Noblat

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