sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A pobreza nos persegue

Estou lendo uma biografia do Rubem Braga escrita por Marco Antonio de Carvalho e logo no início (são 610 páginas) na descrição da participação da FEB na ultima guerra na Itália, onde o biografado foi jornalista correspondente, fica patente nossa pobreza. O pequeno número de pracinhas para lá enviados sequer tinham farda adequada às baixas temperaturas dos Alpes. Os oficiais americanos chamaram à atenção do jovem repórter. Mas isso foi em 1944, e são águas passadas. Negativo. Nos dias de hoje ainda passamos vexames como falta de pagamento, há mais de um ano, para com o fornecedor de tornozeleiras eletrônicas. Detentos que já poderiam estar em liberdade condicional não estão por falta desse equipamento. Dois singelos mas significativos exemplos de como é o Brasil. É um Paraguai grande. Subdesenvolvido.. Deixou de ser o melhor do mundo no futebol, mas continua campeão na corrupção, no número de sindicatos, no número de partidos políticos, no tamanho de sua Constituição, e no número de trabalhadores desempregados. Chegamos a passar dos doze milhões, nos números oficiais, mas sabemos serem muito mais. Somos ainda campeões mundiais no quesito dos juros. E temos imensa vergonha em reconhecer nossa pobreza.

Eduardo P. Lunardelli

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