sábado, 19 de agosto de 2017

O banheiro, por favor.

Ah, higiênicos leitores, quando a vontade aperta igualamo-nos todos. Dos nobres aos plebeus, dos ricos aos pobres, até dos políticos aos ladrões(?). O problema aumenta quando estamos numa fila de banco, nas caminhadas à beira mar e em outros lugares que deveriam obrigatoriamente ofertar banheiros para o público.

Desde a Roma antiga sempre existiram banheiros para o povo. Eram as latrinas, onde sentavam-se dezenas de “apertados”, lado a lado, sem divisórias, compartilhando aquele odor e a mesma esponja do mar (spongia) que servia de papel higiênico e só era lavada ao final do dia. Por baixo daquela fila de “vasos” passava um córrego, criação do rei Tarquinio quando implantou a primeira rede de esgotos do mundo (século IV a.c.), que levava os dejetos até o rio Tibre. A brincadeira dos moleques da época era jogar bolotas de lã em chamas nesses córregos, que incendiavam e ocasionalmente produziam uma, digamos, depilação forçada nos traseiros romanos dos que estivessem se aliviando, se é que vocês me entendem. Os romanos chamavam sua rede de esgotos de cloaca máxima.

Mas voltemos ao nosso aperto. Não posso aceitar que um banco, justamente quem mais ganha dinheiro às nossas custas e menos paga impostos, não disponibilize banheiros para seus clientes.

Da mesma maneira acho um absurdo estarmos fazendo caminhadas ou correndo à beira mar e não haver banheiros para o público, o que de vez em quando nos faz ver idosos embaixo de coqueiros.... A solução é simples; já que aqueles quiosques à beira mar são concessões públicas, o poder público deveria obriga-los a manter permanentemente seus banheiros abertos, limpos e franqueados ao público, nem que fosse em sistema de rodizio.

Pronto, era o que eu tinha a dizer, mas não vou deixar o domingo de vocês assim. Vamos rir com João Paulo, aquele meu amigo milionário de Lisboa. Disse ele que um alentejano estava num trem e não aguentou chegar ao banheiro, aliviando-se no corredor do vagão. Preocupado com o que fizera foi avisar ao fiscal, que disse lamentar muito, mas teria que dar parte ao supervisor da próxima estação onde passassem. O alentejano retrucou: “- Ora pois, tem tanta ... que Vosmicê pode distribuir muitas partes por todas as estações até o final da viagem”.

Deixo ao prudente arbítrio dos queridos leitores imaginar onde nascem os alentejanos daqui. Bom domingo!

Marcos Pires
Blog do Tião 

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