Um estudo da Redwood Software e Sapio Research divulgado em outubro
revelou que os líderes de TI acreditam que a automação pode afetar 60%
das empresas até 2022 e ameaçar empregos no processo. Agora, um novo
relatório da PwC, a segunda maior empresa de serviços em todo o mundo,
sugere uma linha do tempo semelhante, onde as pessoas podem precisar
praticar e aprender novas habilidades – ou ficarem sem trabalho à medida
que a automação aumenta.
O relatório, intitulado “Workforce of
the Future” (Força de trabalho do Futuro), entrevistou 10 mil pessoas em
toda a China, Índia, Alemanha, Reino Unido e EUA para “entender melhor o
futuro do trabalho”. Destes, quase 37% pensam que a inteligência
artificial e a robótica colocarão seus empregos em risco. Em 2014, 33%
tiveram uma preocupação semelhante.
Um cenário surpreendente que o relatório prevê para o futuro é aquele
em que os empregos “típicos” – empregos nos quais as pessoas podem
avançar constantemente através de promoções – não existirão mais,
levando a mudança acima mencionada para desenvolver novas habilidades.
Falando à CNBC, o principal líder da PwC e o co-líder nos Estados
Unidos, Jeff Hesse, diz que a automação já está forçando as pessoas,
embora não seja consistente em todos os campos.
“Isso varia um
pouco pela indústria”, explica Hesse, “mas nos próximos cinco anos,
vamos ver a necessidade dos trabalhadores mudarem suas habilidades em um
ritmo acelerado”. Se os caminhos afirmados pelo relatório são algo a
percorrer, as pessoas estão prontos para a mudança: 74% manifestaram
vontade de “aprender novas habilidades ou se reconverter completamente
para permanecer empregável no futuro”.
Em março de 2017, a PwC
informou que cerca de 38% dos empregos dos EUA estão em risco de serem
afetados pela automação no início da década de 2030. Na Alemanha o
número chega a 35%, enquanto é de 30% no Reino Unido.
No ano
passado, Bill Gates disse que haviam três habilidades que as pessoas
precisariam para sobreviver em um mercado de trabalho que continua a
adotar a tecnologia: ciência, engenharia e economia. Eles não precisam
ser especialistas, mas eles precisam entender do que as pessoas em cada
campo são capazes. No caso da robótica, aqueles com conhecimento sobre
gerenciamento de softwares automáticos serão altamente procurados. Hesse
também sugere que as pessoas pesquisem quais habilidades suas áreas
precisarão.
Você não pode falar sobre o aumento da robótica e
automação sem se perguntar sobre aqueles incapazes de se ajustar ou não
querem aprender uma nova habilidade. 56% das pessoas que o PwC pesquisou
pensam que os governos devem tomar todas as medidas necessárias para
proteger os empregos, presumivelmente para que as pessoas sem
habilidades técnicas possam continuar a trabalhar e ter renda.
Claro,
o conceito de renda básica universal também foi sugerido como um
possível passo para compensar o potencial de automação para ameaçar
empregos. A ideia vem ganhando muito apoio e está sendo muito falada,
embora ainda hajam muitos que pensem que existem melhores opções. Gates,
por exemplo, acredita que a ideia poderia funcionar, mas o mundo ainda
não tem os meios para fazer isso.
A automação está acontecendo
mais lentamente do que o esperado, mas é um desafio claro e iminente
para o qual precisamos estar preparados. Se a resposta é um pagamento em
dinheiro por parte dos governos, melhor formação profissional ou outras
soluções, é necessário tomar uma decisão antes de estarmos lutando por
soluções de curto prazo.
Matheus Gonçalves
Fonte aqui
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